De acordo com a UNESCO (2003), o Patrimônio Cultural Imaterial refere-se às práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. O objetivo deste projeto de extensão é a salvaguarda e difusão de um patrimônio imaterial presente ao longo do território do Rio Grande do Sul: a arte e ofício do guasqueiro. Este é entendido como a pessoa que tem por oficio a “guasqueria”, isto é, aquele que trabalha com o couro cru e com o couro sovado para confeccionar as diversas prendas do apeiro gaúcho (montaria), bem como seus objetos de uso cotidiano. Pretendemos publicar na Web um site dinâmico e interativo que difundirá conteúdos multimídia que se referem à história, às técnicas e à vida atual dos guasqueiros espalhados pelo estado.
Uma das características gerais de um bem cultural imaterial –pela razão que os elementos que constituem a cultura de um lugar se tornam tão importantes para um grupo social que passa a ocupar o valor de um “bem” intangível- é que ele, praticamente, se transmite oralmente e de geração em geração, passando, assim, a ser “constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade” (Opus Cit, 2003, p. 5).
Dessa convenção celebrada em Paris, o Brasil não tardaria em “fazer eco”. Se bem, em 1997, a modo de histórico da atual legislação se precede o Seminário Internacional “Patrimônio Imaterial: estratégias e formas de proteção”[1]; em 2006, pelo Decreto N° 5.753, se promulga a Convenção para a “Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, adotada em Paris, em 17 de outubro de 2003”, passando a ser “executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém”, segundo se desprende do texto original.
Por sua história e conformação, no estado do Rio Grande do Sul é possível se identificar diversos conhecimentos, saberes, práticas, representações, expressões e técnicas que vêm sendo reproduzidos e transmitidos de uma geração para outra de maneira oral, constituindo e consolidando identidades e imaginários sociais territoriais, seja no nível individual ou grupal.
Para cumprir com essa meta irão ser aplicadas técnicas
jornalísticas digitais para documentar e, posteriormente, divulgar esse bem
cultural específico[1].
[1] Realizado no âmbito das comemorações pelo transcurso do sexagésimo aniversário do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, vez que dele resultou a Carta de Fortaleza.
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